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Todo mundo tem uma amiga inteligente, magra, com um estilo de vida bacana, roupas lindas e namorado idem. Não conta para ninguém, mas é difícil conter a inveja. Mesmo sem querer, quando a gente se dá conta está competindo com ela. A boa notícia é: dá para tirar lições positivas de tudo.


Mariana queria ser atriz. Lúcia sonhava casar com Osmar. Amigas de infância, dessas que dividem segredos, as duas eram unha e carne. Até que Mariana casou com o namorado de Lúcia. E Lúcia ganhou a vaga de atriz que a outra almejava - e seguiu carreira. Pronto: se tornaram "Inimigas íntimas", personagens da peça estrelada pelas atrizes Fernanda Carvalho Leite e Ingra Liberato, em cartaz no Fashion Mall, no Rio de Janeiro. Entre uma gargalhada e outra, a peça fala sobre competitividade feminina.


Na vida real, Fernanda Carvalho Leite revela: tem uma amiga com quem pode contar a qualquer hora. "É como uma irmã", garante. Para ela, a competição entre amigas leva as duas a crescerem juntas. "Aumenta a vontade de ficar tão bonita quanto, tão boa quanto, se sair tão bem quanto a outra na escola, depois no trabalho", defende.

E quando o assunto envolve o outro sexo?. Ingra Liberato acredita que a competição aumenta. "É da natureza: tem muito mais mulher que homem no mundo. A mulher quer ganhar o dela - aí entra a competição", diz a atriz, defendendo que, porém, a amizade entre mulheres é mais profunda que a dos homens. "Somos muito competitivas, sim. Agora, quando nos tornamos amigas, temos um poder e uma força que nenhum grupo de homem consegue. Nós viramos parceiras, ficamos muito fortes". Ingra, lembra que a mulher tem mais facilidade para abrir o coração enquanto os homens não se aprofundam muito nas questões existenciais.

Inveja uma da outra

Quando pinta inveja, o combinado entre as duas atrizes é abrir o jogo. "Não tem nada demais", garante Ingra para em seguida Fernanda admitir: é claro que há competição entre nós. "A Ingra é magra de ruim - come o que quiser. Ainda tem esse mato de cabelo, que não cai. Essa pele de bebê", diz ela. Ingra rebate: "E a Fê tem esse peitão lindo". Segundo Fernanda, o legal é ultrapassar a inveja velada e falar sobre o assunto numa boa. "Depois de abrir a inveja, ela some", ressaltando que cada uma tem as suas qualidades.

Segundo a psicóloga Maria Helena Junqueira, a mulher compete mais em torno das questões do próprio feminino: feminilidade, beleza, poder de atração. No meio dessa disputa toda, aparece um sentimento que ninguém gosta de assumir que tem. "A inveja é um sentimento mais primitivo que o ciúme. Quem tem inveja quer ser ou ter alguma coisa do outro que não reconhece em si mesmo", explica a psicóloga. Na opinião dela, também tem a ver com admiração: "A publicidade usa a inveja como fator de qualificação como se ser invejável fosse um valor de qualidade própria", afirma.

Enquanto as meninas disputam para ver quem é a mais bonita, os rapazes parecem estar em outra onda. "Os homens são mais solidários, não deduram o outro, têm códigos entre eles que fazem com que a amizade seja mais efetiva e duradoura", afirma a psicóloga, acrescentando que a competição entre amigos, como tudo na vida, pode ser bom e pode ser ruim. "Uma competição dita saudável é estimulante, busca o aprimoramento próprio. Ela passa a ser negativa quando passa pelo desejo de destruir o outro", conclui.
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Para muita gente, o Carnaval é a melhor época do ano: bebida, alegria e beijo na boca. Quem está solteiro aproveita para tirar o atraso. Quem está comprometido aproveita, bem, aproveita a seu modo. Há casais que adoram curtir a folia lado a lado. E há quem se esforce para tirar um folga do namoro no meio da farra. Você deixa o seu benzinho sair soltinho por aí? Viajar sozinho com os amigos? Ir para blocos de rua?



Aconteceu com a profissional liberal Solange A. Ela estava começando um relacionamento com um rapaz quando os dois se deram conta de que passariam o Carnaval separados: ele em Salvador, ela em um navio. "Os dois estávamos com tudo marcado, passagem comprada para viagem de solteiro mesmo. Folia total", resume ela, que não viu outra saída além de relaxar. "Funcionou como uma despedida de solteiro: ele curtiu o Carnaval dele e eu o meu. É claro que pintou ciúme, mas resolvemos não contar um para o outro o que tinha acontecido. Só prometemos que, com a quarta-feira de cinzas, começaríamos uma relação de fidelidade", conta ela, que este ano vai pular colada ao namorado. "Vai ser muito mais gostoso", acredita.



A jornalista Silvana P., 33, pula o Carnaval sem o marido do lado. "Eu gosto dos blocos que saem de dia e ele não consegue acordar cedo", revela ela, que não se aperta. "Separo a fantasia na noite anterior, me arrumo toda em silêncio e vou para os meus blocos. Lá pela hora do almoço nos encontramos", conta, sem se importar muito com a diferença de fuso horário do casal. "Não tenho ciúme. Sei que posso confiar nele e ele em mim", diz ela.


A poucos dias do Carnaval, o economista Gil, 30, ficou sabendo que a namorada vai viajar no Carnaval. "Ela vai para os Estados Unidos com toda a família", conta ele, ciente de que Carnaval, para a namorada, só no ano que vem. "Ela ficou enciumada, claro. Mas o que eu posso fazer? Ela que resolveu viajar", defende-se Gil, que não achou a viagem da gata tão ruim assim. "Vou zoar com a rapaziada. Vamos ver como vai ser", diz, sem garantir fidelidade.